Alunos do Elysio de Magalhães têm aula temática sobre a Revolução Francesa
Iniciativa é do professor de História Marcos Alessandro, que promove atividades lúdicas para enriquecer o processo de aprendizagem
No final do século XVIII, a cidade de Paris, capital da França, foi palco de uma série de eventos que durou uma década inteira e causou transformações profundas nas relações políticas, econômicas e sociais não só da Europa, mas de todo o mundo ocidental. A Revolução Francesa, que teve como estopim a Queda da Bastilha, em 1789, marco do fim da Idade Moderna e início da Idade Contemporânea, foi um dos acontecimentos mais importantes da história da humanidade. Conhecer seu contexto e suas consequências para o progresso civilizatório é fundamental para a compreensão dos conceitos de democracia, igualdade e universalização dos direitos sociais e liberdades individuais. Seu conteúdo é, portanto, tema relevante no currículo das aulas de História do ensino fundamental e um desafio para o professor, considerando a complexidade da sequência de fatos que levou ao fim do sistema absolutista e dos privilégios da aristocracia.
Mas para os alunos do 8º ano da Escola Municipal Elysio de Magalhães, de Barcelos, sexto distrito de São João da Barra, esta é uma aula que dificilmente será esquecida. Mérito do professor Marcos Alessandro, que convidou seus alunos a uma viagem no tempo, tornando-os protagonistas do momento histórico que impactou toda a sociedade. Com 18 anos de carreira na rede municipal de ensino, Marcos Alessandro é um entusiasta das atividades lúdicas e sempre recorre à criatividade para envolver os estudantes nos conteúdos trabalhados em sala de aula. Foi assim que o pátio da Escola Estadual Raymundo de Magalhães – onde estão algumas turmas durante a obra da Elysio – foi transformado na tarde de sexta-feira, 11, em palco para uma encenação que teve canhão cenográfico, bandeiras, armas e até a guilhotina que levou ao fim do reinado de Luís XVI.
A Queda da Bastilha, cuja fachada representada na cena por uma faixa de tnt, foi encenada por 25 alunos, com direito a figurinos e à entoação do lema “liberté, égalité, fraternité”. Os alunos do 9º ano, que protagonizaram a atividade no ano passado, este ano atuaram como figurantes. Foram três atos com duração total de meia hora, simulando o assalto popular à Bastilha, antiga prisão símbolo do regime opressor do clero e da nobreza, a leitura de trechos da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, e a festa da conquista, com trilha sonora e tudo. “Com essa proposta lúdica os alunos ficam motivados e prontos para novos desafios”, explica o professor, que já promoveu encenações sobre os 200 anos da Independência do Brasil e planeja mais uma ainda para este ano abordando o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Na encenação da Queda da Bastilha ele próprio foi personagem, representando um dos sans-cullotes.
A experiência foi marcante para o aluno Pedro Henrique Gomes, 13 anos, a quem coube a leitura dos trechos da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão. “Fiquei emocionado em participar. As aulas do professor Marcos são muito boas e com as encenações nós não esquecemos nunca o conteúdo”. Para Maryeva Rodrigues Rangel, 13 anos, que interpretou a rainha Maria Antonieta, o desafio foi superar a timidez. “Foi a parte mais difícil pra mim, de atuar diante de várias pessoas, mas com certeza não vou esquecer o que aprendi sobre a Revolução Francesa”.
A iniciativa do professor de História é incentivada pela coordenadora da disciplina, Sayonara Freixas. “A atualidade traz muitos desafios aos professores. Entre eles está o de tornar as aulas mais atrativas e fazer com que a aprendizagem seja significativa. De encontro aos desafios, vem a ludicidade, o aprender fazendo. Por isso os jogos, as músicas e o teatro são tão importantes nesse processo”.
“Educar é um desafio que requer do professor criatividade, envolvimento e, sobretudo, dedicação e paixão. Atividades como as que têm sido propostas pelo professor Marcos Alessandro são sempre bem-vindas e incentivadas”, destacou a secretária municipal de Educação, Angélica Rodrigues, reforçando a importância das atividades lúdicas como recurso para tornar as aulas mais atraentes e marcantes para alunos.