Enredo do Congos evidencia a África e suas rainhas
Trabalhos no barracão se intensificaram nos últimos dias para a estreia na noite de domingo
Nos bastidores da escola de samba Congos, em São João da Barra, os trabalhos para a estreia no carnaval 2024, no domingo, 11, aceleraram nos últimos dias. Com uma equipe de 40 profissionais atuando no barracão e no ateliê desde agosto, pequenos detalhe estão sendo finalizados. A escola, que completa 92 anos em 2024, será a primeira a desfilar na Avenida do Samba, às 21h, retornando na terça-feira, às 23h.
“Congos traz o enredo 'Malkia', fazendo um resgate da identidade histórica do continente africano, berço da humanidade, relembrando as mais fascinantes histórias sobre as rainhas que marcaram o mundo como grandes exemplos de luta e coragem, num desfile de luxo, cores, batuques, trazendo o alvorecer da consciência para a importância dos grandiosos reinos africanos”, relatou o vice-presidente do Congos, Luis Felipe Souza.
– Como é de praxe, vamos ter muito brilho e luxo em um desfile animado e em alto astral, com mais de 450 componentes. O enredo que fala da África é fantástico, muito rico em detalhes. Trabalhamos muito e ainda estamos trabalhando para apresentar um belíssimo carnaval – completou Felipe.
Na comissão de frente 13 componentes vestidos de guerreiros africanos abrem o desfile. Logo em seguida o casal de mestre-sala e porta-bandeira, Ian Machado e Letícia Lopes, vem dando um toque especial à apresentação da escola, que contará com a participação da rainha, Anike Mello, da rainha da bateria, Mariana Abreu, 15 passistas e nos carros 15 destaques de luxo, além de composição de alegorias.
O desfile será composto, também, das seguintes alas: de Passistas, de Camisa, do Maculelê, das Oncinhas, das Zebras, da Cleópatra, e uma surpresa. O carro alegórico abre-alas “Savana Africana”, vem seguido do carro “O Egito” e o carro chefe “Rainha de Sabá”, além dos tripés “Iabás” e “Realeza Africana”. Compondo o desfile haverá ainda as rainhas Ginga de Matamba, Nefertiti, Cleópatra, Makeda e as Yabás (Iansã, Oxum, Iemanjá e Nanã) que são os orixás femininos, divindades espirituais de raiz africana.
Para dar o tom ao samba de composição de Diego Nicolau a bateria vem com 60 ritimistas e os intérpretes: Sued Sena, Felipe Penha, Vagner Felipe, Jadson Loureiro, Laleska Meireles e Felipe.
Confira o samba enredo do Congos:
MEU BAOBÁ, TRONCO FORTE ANCESTRAL
RAIZ DE TUDO, ELO SOBRENATURAL
AFRICANA MAJESTADE
A FRONDOSA ETERNIDADE
NO OÁSIS DE UM SAUDOSO REI VERSALHES
DA SELVA PRESENCIOU MULHERES GUERREIRAS
MATRIARCAS DE UMA VIDA INTEIRA
DONAS DO TEMPO, O FEMININO
GUARDIĀS DO PRÓPRIO DESTINO
ORAIEIEÔ OXUM, O TEU OURO TEM MAGIA
EPARREI OYÁ, IANSÄ É VENTANIA
SALUBÁ NANÄ, DEIXA A TERRA TRIUNFAR
ODOYA NAS ONDAS DE IEMANJÁ
ÁFRICA, MAJESTOSA MÃE DA HUMANIDADE
NEGRA ALTEZA FEMININA
HERANCA DA ENTIDADE
FORCA DO LEGADO, IABÁ
DE NEFERTITI A RAINHA DE SABÁ
É "GINGA" NA FORÇA DA DINASTIA
ANCESTRALIDADE QUE ME GUIA
ERGUE O PUNHO QUE A SUA VOZ É PRETA
O SANGUE DE TODOS NÓS VERMELHO
QUE TRAZ O BRANCO DA PAZ, CORES, BATUQUES E RITUAIS
QUANDO A TUA VOZ SE AGIGANTA
ÁFRICA TODA SE LEVANTA
PRA TE EXALTAR, MULHER
AXÉ, MALKIA, AXÉ
O TOQUE DO MEU TAMBOR É LUZ DOS ORIXÁS
TEM O TOM E A BELEZA DAS RAINHAS IABÁS
TÁ NO SANGUE DESSA GENTE, NO CORAÇÃO
CONGOS É RAÇA, RESPEITE MEU PAVILHÃO